16 de janeiro de 2012

"O Brado Retumbante"

Amanhã, dia 17 de janeiro, estreia, na Globo, a minissérie "O Brado Retumbante", escrita por Euclydes Marinho.

A trama apresentará o ator Domingos Montagner - palhaço profissional, fundador da Companhia Circense La Mínima - interpretando o nosso novo Presidente da República, o Excelentíssimo Sr. Paulo Ventura, uma espécie de Lula: faz tipo popular, chegando ao Palácio do Planalto, puxando papo com o segurança sobre futebol.

O Presidente Ventura, com um quê de Fernando Collor, é boêmio e mulherengo, e terá um affair com a mulher de um Senador; se encantará com uma intérprete e viverá crises e mais crises com a primeira-dama, interpretada por Maria Fernanda Cândido. Além disso, sofrerá pressões políticas diversas e até mesmo um atentado.

Para escandalizar ainda mais, o casal presidencial tem uma filha barraqueira e um filho transsexual.

De quebra, tal ficção - não tão fictícia - mostrará o ator Luiz Carlos Miele, na pele de um político da velha guarda que, de tão influente, será conhecido apenas como "O Senador", remetendo-nos ao coronel José Sarney.

Curiosíssimo para assistir "O Brado Retumbante", que deveria trazer, logo no primeiro capítulo, o aviso "BASEADA EM FATOS REAIS!"

Imperdível!

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9 de janeiro de 2012

"Eles não desistiram..."

Eu sei que é notícia antiga e que muitos já devem ter ouvido falar da personalidade de 2011 escolhida pela revista "Time": um anônimo. Não, obviamente não foi o Seu Anônimo, mas, sim, uma figura representativa que levou jovens, no mundo árabe e de outras partes do mundo, como na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina a saírem pelas ruas para protestar: "The Protester".

A figura representativa citada é Mohamed Bouazizi, um jovem trabalhador que ateou fogo ao próprio corpo para protestar contra a corrupção em seu país, a Tunísia, no final de 2010, início de 2011. Tal protesto desencadeou a "primavera árabe", levante popular e político, que destronou ditadores como Hosni Mubarak - Egito - e Muammar Kadaffi, Líbia.

A revista justificou sua escolha dizendo que os protestos de rua de 2011, iniciados com a "primavera", mudaram a forma como a política está sendo feita mundo afora, haja vista a queda de ditaduras jurássicas que só tiveram fim, graças à pressão das ruas e daqueles que protestaram e continuam a protestar, exigindo mudanças radicais e políticas pró-cidadãos.

De acordo com a "Time", "Eles discordaram, reivindicaram. Eles não desistiram, mesmo quando as respostas vieram em forma de nuvens de gás lacrimogêneo ou de saraivadas de tiros. Eles literalmente encarnam a ideia de que a ação individual pode trazer mudanças coletivas colossais".

Ou seja, diferentemente de nós, aqui no Brasil, que, há muito tempo, temos dito amém, amém e amém aos mandos e desmandos dos nossos dinossauros corruptos lá do Congresso, das Assembleias e Câmaras Municipais país adentro, sem arregaçarmos as mangas para brigar e gritar, cujo status quo é a regra, OS OUTROS têm dado exemplo e arquitetado mudanças gigantescas.

Precisamos de mudanças coletivas colossais, também. E, para que isso ocorra, uma mudança individual precisa ser desencadeada: levar mais a sério a política que os nossos "políticos" dizem fazer para nos representar.

Fizemos diversas manifestações em alguns feriados, no ano passado, mas a ação foi tão pífia que, bastou chegar o Natal, Réveillon, verãozão, para a galera do país tropical se debandar para a praia, abandonando as palavras de ordem ouvidas nos protestos de 07 de setembro, em Brasília, por exemplo. E com o Carnaval aí na porta, dificilmente haverá a alteração desse cenário.

Aqui, a estação nunca muda e nada se altera. Entretanto, nós, anônimos brasileiros com o poder do voto e do panelaço, e por sermos mais do que os de colarinho branco, poderíamos mudar essa realidade, não? Não para estampar a capa da "Time", mas para estamparmos um Brasil mais bonito pra nós mesmos e para o mundo.

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4 de janeiro de 2012

Dilma, cadê você?

O governo da presidente Dilma Vana Rousseff completou 1 ano e nada, ou quase nada mudou, se formos compará-lo ao do ex-presidente Luiz Inácio da Silva. Mas isso é um bom sinal, pois nos mostra que a presidente é uma governante de palavra e cumpre com os seus compromissos de campanha: continuar o que o seu mentor e padrinho político deixou como legado, mantendo-se firme para não cair na tentação de "personalizar" o seu governo.

Afinal, para quê mudar, se a economia flui - já somos a 6ª maior potência econômica - e estamos prestes a injetar milhões no FMI?

Economicamente bem, politicamente mal é a síntese dos 365 dias do primeiro ano de Dilma, uma vez que a corrupção continua a corroer o Estado; o mau uso dos recursos públicos permanece gritante; continuamos em 75º no ranking de desenvolvimento humano, sem que nem um primeiro passo tenha sido dado para amenizar tal disparate; a Comissão da Verdade engatinha e fomos condenados em Haia por desrespeito aos Direitos Humanos, por não investigarmos efetivamente as atrocidades do período ditatorial; ausência de investimentos em saneamento básico; postos e aeroportos à míngua e por aí vai...

Dilma tem sorte por não precisar encarar a oposição que, infelizmente, está em frangalhos, não possui um representante forte e continua a definhar-se, sem fôlego para gritar ou tacar pedras na vidraça governista, bem como Lula fazia. Lastimável!

Por incrível que pareça, ainda não consigo responder quem é Dilma Rousseff e/ou a que veio, de fato. Espero que, em seu segundo ano, ela inicie o seu mandato. Há tempo, não?

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18 de dezembro de 2011


P E R I G O IMINENTE!

Triste papel

"Em artigo veiculado na revista Consultor Jurídico, o professor André de Carvalho Ramos, da Faculdade de Direito da USP, lembra que no dia 24 de novembro completou um ano que o Brasil foi condenado na Corte Interamericana de Direitos Humanos, por violação de direitos humanos no caso da Guerrilha do Araguaia. A Corte determinou que o governo identificasse o paradeiro dos desaparecidos e a punição dos agentes da repressão.
Nada foi feito."

fatos em foco
Hamilton Octavio de Souza
Jornal Brasil de Fato

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