Com Tiririca, continuaremos a levar porrada, porrada...
Desculpe-me por colocar o dedo numa ferida que ainda está aberta, mas que logo, logo cicatrizará, mas é que, ao ouvir novamente uma música do Gabriel O Pensador, a qual indico abaixo, coloquei-me a pensar e a refletir sobre a vitória do Tiririca.
Fico a me perguntar se o triunfo do "humorista" - sem graça - foi um protesto pífio, ou uma espécie de comodismo político dos eleitores paulistanos. Só sei que foi vergonhoso para São Paulo. O estado que deveria ser o exemplo ao Brasil, mostrando o quão conscientemente sabe votar, elegeu um palhaço-palhaço a deputado federal.
Como disse no início, desculpe-me por colocar o dedo numa ferida que ainda está aberta...
Eu mesmo respondo a pergunta que fiz: o voto no Tiririca representa não um protesto, mas o explícito comodismo dos eleitores. É muito mais fácil escolhê-lo, dizendo que pelo menos ele é sincero, engraçado e conhecido, a procurar um candidato sério e comprometido. Não estou afirmando que Francisco Everardo não seja sério, mas é que ele pouco teve e terá a oferecer, desdenhando de todos nós, inclusive.
Um protesto, manifesto e outros mecanismos de cobrança e mudança, sempre são marcados pelo teor crítico e pela inteligência do ato. Isso não esteve contido no voto circense. Votamos, ou melhor, optamos pela mesmice, por aquilo que representa a inépcia parlamentar, que atrasa e ridiculariza ainda mais o Congresso Nacional.
Internalizar a música do Gabriel O Pensador é um bom começo para se pensar num protesto de verdade, consciente e com conteúdo. É um começo, uma lição aos 1.353.331 de eleitores do palhaço, que são tão Tiriricas quanto ele.
"Não adianta olhar pro céu, com muita fé e pouca luta. Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer [...] Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver. [...] Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura."
Só para lembrar, já assinou o feeds?