Jornais de bairro não deveriam ser subestimados, principalmente no segundo turno de uma das mais acirradas disputas eleitorais. Eles podem ser essenciais e fatais, e saber utilizá-los pode ser fator decisivo para a vitória.
Os dois candidatos, pelo visto, tem ignorado-os: Dilma Rousseff e José Serra precisam prestar mais atenção neles, valorizá-los, observando-os de perto, matéria por matéria, manchete por manchete e fazer uso desses pequenos, porém, grandes veículos de comunicação. Tais "periódicos" têm o poder e a capacidade de disseminar diversos conteúdos, direcionando-os a um público que, muitas vezes, faz a diferença e pode mudar o rumo de uma campanha e resultado final da eleição.
Os bairristas têm a primazia e oportunidade única, que os grandões, como Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, entre outros, não possuem: aproximação com os leitores e comunidade a qual pertencem, e a possibilidade de o leitor romper a barreira da redação inalcançável-inatingível, uma vez que abordam, mais especificamente e com mais frequência, os problemas locais dos moradores.
Por conseguirem falar, muitas vezes, de igual para igual, cara a cara e usarem textos empáticos, os jornais de bairro podem derrubar candidatos, ou pelo menos, reduzir as chances de uma candidata ganhar brilhantemente no primeiro turno, por exemplo. Querendo ou não, acabam por corroborar para o desgaste da imagem de um postulante a um cargo eletivo, numa deteminada zona eleitoral.
Veja algumas manchetes e trechos de alguns editoriais de jornais de bairro da zona leste da capital paulista:"'...porque nesta eleição nem mesmo Cristo querendo, me tira essa vitória...' - disse Dilma"
"Urnas não mentem. Pesquisas, sim - ...como Lula tem horas que pensa que é Deus e outras que tem certeza de que é Deus, tudo é possível."
"O importante é que teremos mais uma oportunidade para demonstrar aos petistas que tomar o poder na 'marra' não é fácil; não se ganha votos só comprando-os com o Bolsa Família."
"...o que nos deixa de alma lavada é que pensavam que já havia ganho e que estavam apenas cumprindo tabela. Até a festa já estava armada em Brasília, mas viram que não é bem assim."
"Por que a zona leste não exerce o direito de ter um legítimo representante em Brasília?" Esses são alguns exemplos que mostram um pouco do poder de fogo dos pequenos notáveis. Portanto, não há como ignorá-los, não é mesmo? Não são apenas as mídias sociais, como blogs, Orkut, Twitter, Facebook e derivados que podem prejudicar uma determinada candidatura, os jornais de bairro, os ditos comunitários, também possuem grande poder de destruição.
Não subestimemos os pequenos veículos jornalísticos: o resultado pode ser catastrófico.