Votar em um determinado candidato, porque o Lula
mandou, ou o Geraldo Alckmin indicou, ou o Aécio Neves pediu, para mim, é ser totalmente
dependente, sem opinião e desprovido de inteligência. Hoje, façamos um juízo de valores e retornemos ao passado, analisando alguns fragmentos da biografia política daquele que se intitula "Filho do Brasil" e como o melhor presidente da história do país.
Abaixo, recortes do texto de Ferreira Gullar - jornalista e um dos maiores nomes da Literatura Brasileira - publicado no jornal Folha de São Paulo, no dia 05 de setembro. O título é bem sugestivo:
"Vamos errar de novo?"O que me fez mudar de opinião sobre o PT:
negar-se a assinar a Constituição de 1988,
opor-se ferozmente a todos os governos que se seguiram ao fim da ditadura - o de Sarney, o de Collor, o de Itamar, o de FHC. Os poucos petistas que votaram pela eleição de Tancredo Neves foram punidos. Erundina, por ter aceito o convite de Itamar para integrar seu ministério, foi expulsa.
Durante o governo FHC, a coisa se tornou ainda pior:
Lula denunciou o Plano Real como uma mera jogada eleitoreira e
orientou seu partido para votar contra todas as propostas que introduziram importantes mudanças na vida do país. Os petistas
votaram contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e, ao perderem no Congresso, entraram com uma ação no Supremo Tribunal Federal a fim de anulá-la.
As privatizações foram satanizadas, inclusive a da Telefônica, graças à qual hoje todo cidadão brasileiro possui telefone. E tudo isso em nome de um
esquerdismo vazio e ultrapassado, já que programa de governo o PT nunca teve.
Ao chegar à presidência da República,
Lula adotou os programas contra os quais batalhara anos a fio. Não obstante, para espanto meu e de muita gente, conquistou enorme popularidade e, agora, ameaça eleger para governar o país uma senhora, até bem pouco desconhecida de todos, que nada realizou ao longo de sua obscura carreira política.
(...)
Dilma nada tem a mostrar, uma vez que sua candidatura é tão simplesmente uma invenção do presidente Lula, que a tirou da cartola, como ilusionista de circo que sabe muito bem enganar a plateia.
A possibilidade da eleição dela é bastante preocupante, porque seria a
vitória da demagogia e da farsa sobre a competência e a dedicação à coisa pública. (...) Dilma, o que a habilita a exercer a Presidência da República? Nada, a não ser a palavra de Lula, que, por razões óbvias, não merece crédito.
O povo nem sempre acerta. Por duas vezes, o Brasil elegeu presidentes surgidos do nada - Jânio e Collor. O resultado foi desastroso.
Acha que vale a pena correr de novo esse risco?