Ano novo, enchentes novas. Melhor dizendo, ano novo, problemas velhos e já bem conhecidos pela população. Algumas regiões alagadas continuam a fazer vítimas como no ano passado e continuarão a fazer. Outras são novidades, mas que deixarão de ser, logo no ano seguinte, quando retornarem.
É vergonha dupla essa situação, pois nos envergonha e repercute negativamente no exterior. O mundo inteiro está abismado com a tragédia na região serrana do Rio de Janeiro, em várias cidades do estado mais rico do país, inclua-se aí, a capital paulista, Minas Gerais e em demais localidades da federação.
A tragédia está mais para crime a qualquer outra conotação. E os criminosos, você já deve saber quem são:
nossos próprios representantes, aqueles em que deveríamos confiar para que pudessem evitar o perrengue vivenciado agora. Uma lástima, MAIS UMA VEZ.
O absurdo não chega a ser o número de mortes, que beira mais de 780, e os milhares de desabrigados, mas sim, a
reincidência desse crime. Os corruptos, omissos e incompetentes que foram eleitos são os verdadeiros algozes e não as fortes chuvas que recebemos todos os anos. O descaso e a inação por parte do poder público deixam qualquer um perplexo e revoltado. Mas mesmo assim
o Sérgio Cabral foi reeleito, a Dilma foi eleita, o Tiririca foi eleito...Vi um especialista em enchentes e em demais “desastres naturais”, numa das tantas e tantas reportagens que estão pululando por aí, afirmar veementemente que o culpado pelo o que houve é, e sempre foi, o governo. Ou pior, os governos. Nenhuma surpresa, não é mesmo?
Falta vontade política dos nossos representantes para uma ação eficaz pró-população a vários problemas - além das enchentes - que assolam nosso Brasil. E
falta interesse em política dos cidadãos-eleitores para enxugar os corruptos do cenário político.
Enquanto esse mal, chamado corrupção, não for expurgado da política nacional – o que é muito difícil – ou amenizado – o que é possível – sai ano, entra ano,
continuaremos a presenciar assassinatos como os da região serrana do Rio.Marina Silva, ce
rta vez, soltou uma frase ao longo de sua campanha à presidência que serve de reflexão a todos nós, principalmente agora, quando vivenciamos acontecimentos desagradáveis. Ela disse na época que
“o grande nó está na política, porque é nela que se decide a vida coletiva, se traçam os horizontes, se consolidam valores ou a falta deles.”Nossas vidas estão em jogo e nas mãos de jogadores um tanto quanto desprovidos de valores. Cabe a nós darmos outro rumo a isso. Afinal, “a política é muito importante para permanecer somente nas mãos dos políticos” e as nossas vidas, também.