"O Nobre Deputado" explica o Petrolão
Para aqueles que ainda não conseguiram assimilar o escândalo de corrupção na Petrobras, o dito cujo “Petrolão”, ou para os inocentes e ingênuos que ainda não sabem ou apenas desconfiam de como a política e os políticos do Brasil agem, frequentemente, bem debaixo dos nossos narizes, recomendo uma leitura minuciosa do livro “O Nobre Deputado”, do autor Marlon Reis, conhecido por ter sido um dos articuladores da coleta de assinaturas para o projeto popular que resultou na Lei da Ficha Limpa.
Pela capa, você, caro leitor, já se depara com o que presenciará nas 118 páginas: “Relato chocante (e verdadeiro) de como nasce, cresce e se perpetua um corrupto na política brasileira”. Atualíssimo para a ocasião do Mensalão, Petrolão e Trensalão, haja vista que nos três desbundes citados há como atores as grandiosas empreiteiras, de onde jorram milhões e milhões para campanhas políticas. Sem contar os consórcios furados, processos licitatórios fajutos etc.
Senhoras e senhores, é o dinheiro que manda neste Brasil e dita as regras do jogo político. E é esse jogo revoltante que permite o capital falar mais alto nas grandes decisões que afetam os brasileiros. Mas o povo não está nem aí para isso. A população não entende e não quer entender o real significado da representatividade política e como de fato os políticos deveriam se portar, agir e se manifestar.
Veja uma passagem do livro:
“A política é movida a dinheiro e poder. Dinheiro compra poder, e poder é uma ferramenta poderosa para se obter dinheiro. É disso que se trata as eleições: o poder arrecada o dinheiro que vai alçar os candidatos ao poder. [...]O jogo é comprado, vence quem paga mais.”
Está aí o círculo vicioso, impulsionado pelas empreiteiras e demais grandes empresas que financiam as campanhas políticas. Quer entender a vitória da Dilma Rousseff e de quebra esclarecer o escândalo do mensalão e petrolão? Leia o livro recomendado.
É raridade identificar um político que nos represente e desempenhe seu cargo em prol do desenvolvimento da Nação. Contudo, se você se apraz em levar vantagem nas pequenas negociações do dia a dia, no lidar com seus semelhantes, colocando em prática o “jeitinho brasileiro”, tenho de lhe informar que você está muito bem representado lá no Congresso e merece dizer amém aos mensalões da vida política.
Outra parte do livro que sinaliza bem o que disse:
“É no gabinete que recebemos a multidão de pedintes que anda pelo Congresso todos os três dias da semana – terça, quarta e quinta-feira. Quando alguém bate à nossa porta, nunca é para nos oferecer soluções que facilitem a vida do contribuinte. Não. Quando a visita não vem fazer lobby de uma categoria, a conversa gira sempre sobre o interesse de uma pessoa ou de uma empresa. Ninguém neste país quer saber do coletivo, então por que nós [políticos] deveríamos carregar a cruz sozinhos?”
Temos o que merecemos, não é verdade?
Vale a leitura! #ficaadica
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