Por que a pipa do vovô quase não é mais vista por entre os parques e ruas dos bairros?
Quase todos os dias eu via moleques, molequinhos e “molecões” (marmanjos, barbudos barbados) empinando (soltando?) pipas nas ruas próximas a minha casa. Agora, nem sinal dos viciados em rabiolas.
Não sei o que houve para ter havido esse sumiço gradual. Digo gradual porque o desaparecimento das pipas se deu vagarosamente: há três anos – muitas pipas soltas no ar; há dois – algumas pipas; há um ano – nem sinal delas.
Enquanto isso,
do céu tecnológico do
Twitter, onde até uma baleia voadora é possível ser vista, chove milhares e milhares de twittes. O
Orkut cresce, se reinventa, fica mais bonito. O
MSN está bombando, o
Youtube, nossa nova televisão e o
Facebook compartilha conosco emoções...
Uma porção enorme de e-mails, diariamente, faz parte da nossa rotina. Quem é que vive sem e-mail, hoje em dia, não é verdade? O tempo do “já”, o tempo do “pra ontem”, o tempo da “velocidade” não cede espaço ao que a pipa do tempo do vovô, ou melhor, o tempo do vovô prezava: CARPE DIEM.
Veja bem, não estou demonizando o advento da internet e suas modernosas parafernálias, como um velho gagá. Sei muito bem da importância dessa cada vez mais essencial ferramenta a todos nós, só estou querendo dizer que tudo é muito efêmero, muito fast,
muita informação e pouco discernimento, muito tudo e tudo com pouca intensidade, sem emoções e sensações reais e vivas.
Vamos valorizar e respeitar o simples ato de “empinar pipas”.
Sejamos mais vivaz e menos voraz.Voltem pipas, voltem!
PS: Muita informação e pouco discernimento: será que isso explicará o resultado da eleição desse ano?