19 de maio de 2020

Poderes que não podem: ladeira abaixo!

Poderes que não podem: ladeira abaixo!

Em uma de minhas publicações aqui, em cujo título eu perguntava “Ladeira abaixo?”, contextualizando e explicando a vitória de um boçal à Presidência da República, volto a ele, após um ano e quatro meses de Boçalnaro no Poder, com a certeza na afirmativa: ladeira abaixo.

O Brasil segue desgovernado, tentando sobreviver, a duras penas, com um Poder Executivo acéfalo, cujo representante, a meu ver, é o mais incompetente que já esteve no Palácio do Planalto.  Mas isso já era de se esperar, conhecendo o passado do atual presidente. No entanto, o que choca nesse pesadelo – ainda democrático – em que vivemos, é que nossas instituições, os demais poderes, têm assistido aos arroubos insanos de Bolsonaro de forma passiva, sendo coniventes com a corrosão e futura ruína do Estado Democrático.

Ao que me parece, os demais representantes do Legislativo e Judiciário respondem aos desmandos do presidente da República com um simples e debochado: “E daí?”, no estilo Boçalnaro de ser. É isso que mais me incomoda. Saber que os demais poderes podem e devem colocar o presidente em seu devido lugar, mas não o fazem.

Há tantas provas contra o Bolsonaro para o Judiciário se debruçar, no sentido de cassar a chapa Bolsonaro-Mourão; há tantos pedidos de impeachment – com sustância –na Câmara, todavia, até o momento, nem sinal de punição exemplar, muito menos de puxões de orelha naquele que ridiculariza o País interna e externamente. Sim, porque o Brasil virou chacota lá fora e símbolo de irresponsabilidade. Quem leva a sério o Tupiniquim?

Já sabíamos desde a campanha presidencial, no longínquo 2018, que uma vitória de Bolsonaro não seria uma vitória aos brasileiros, mas sim uma conquista estritamente ao candidato. O Brasil perdeu e, dia após dia da atual gestão, vem despencando ladeira abaixo. Nunca pensei que desceríamos tanto em tão pouco tempo, justamente porque pensava que as instituições teriam o poder de domar qualquer jumento ou gado arredio, avesso à Democracia e/ou à legalidade. Ledo engano!

O pior é que no meio do caminho havia uma Covid; havia uma Covid no meio do caminho, que alarmaria o mundo, deixando-o de joelhos ao invisível devastador e ceifador de vidas humanas. Somente líderes com “L” maiúsculo para defender seus respectivos povos. Pobre Brasil ao Deus dará. Estamos indo ladeira baixo a passos largos e ladeira acima no número de mortos, tendo o próprio presidente como incentivador de práticas irresponsáveis, que tiram ainda mais vidas. “E daí?”, dizem os demais poderes mancomunados com o Boçal, que, por incrível que pareça, continua a cativar eleitores, tendo apoio de muitos brasileiros tão irracionais quanto ele.

Às vezes, me pergunto: será que Bolsonaro sabe o que está fazendo do Brasil e para o Brasil? Será que ele tem noção da responsabilidade que possui nas mãos? Se sim, sua atuação não está a contento e precisa ser modificada urgentemente por bem ou por mal. Por bem, entenda-se por ele mesmo alterar seu jeitão rudimentar, irresponsável e desumano de governar; por mal, com uso de ferramentas institucionais que o obriguem a mudar.

Se o presidente não entende seu papel ou não tem capacidade para desempenhá-lo, renuncie. Mas tal gesto requer grandeza de espírito, o que ele nunca teve ou terá.

Ainda estamos no meio da ladeira, descendo em alta velocidade. Espero que os freios institucionais consigam frear o Brasil desgovernado enquanto há tempo.

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1 de dezembro de 2019

Uma flor por uma arma!

Já dizia o ditado: "Violência gera mais violência". A violência, seja ela física ou verbal, não leva a nada, no sentido de solução dos problemas - de qualquer problema.

Mas a violência gera medo - um dos instrumentos eficazes de governo. A violência atemoriza a sociedade, que fica reticente em se destrancar das celas de seus lares para sair às ruas para trabalhar, estudar, se divertir e, por que não, para protestar contra um determinado governo!?

Eis a mágica da violência: adestrar, amansar o povo, que é detentor, por direito, do Poder. E o governo, sábia e ironicamente, ressuscita um tal AI-5 (Ato Institucional proclamado no auge da Ditadura Militar, em 1968, pelo Ditador Costa e Silva). Estratégia eficaz, não é mesmo?

Sabemos que a violência é o carro-chefe do governo atual. Isso é inegável, haja vista a campanha contra o desarmamento civil, o polêmico excludente de ilicitude (licença para matar), as GLOs (Garantia da Lei e da Ordem), o debate da posse e porte de armas de fogo, o enaltecimento do período ditatorial, que para eles foi uma Revolução necessária contra os famigerados comunistas de outrora, e o apreço a célebres torturadores, com direito a homenagens e honrarias a um tal Ustra - o carniceiro.

Há uma vontade louca desse governo de "botar para quebrar", e o quebrar aqui entenda como ato violento para, literalmente, quebrar a cara dos opositores, aniquilando-os. Isso é novidade no regime democrático vigente. Nunca se viu tamanha sede por tiros, sangue, mortes num governo eleito democraticamente.

Essa vontade beira ao fanatismo dos seguidores de Boçalnaro, chamados de bolsominions, que querem porque querem, pelo menos, uma garantia de salva de tiros livremente na Avenida Paulista num domingo de protestos em família - aquela família belíssima do comercial de margarina.

Conclamar a população para ir às ruas protestar pacificamente contra os mandos e desmandos de um governo ruim, como o que aí está, é questão de honra, cidadania, civismo, dever e direito popular. Agora, conclamar o povo a fazer arruaça e protestar violentamente também não é o correto, não é mesmo Lulla?

O povo não pode ser ameaçado com um revival do AI-5! O povo não pode ser ameaçado de maneira alguma, sendo impedido de protestar nas ruas. Para essas sandices, temos de protestar, sim. Sair às ruas e responder em alto e bom som ao governo que estamos insatisfeitos.

Mas esse mesmo povo não pode ser massa de manobra e se tornar gângster, ateando fogo nas ruas em atos de violência, à la blackblock, para atingir ou derrubar o governo, porque ele não sentirá o calor das tochas. Por isso, eu digo: violência com violência é igual a - apenas e tão somente - mais violência.

Não sigamos os passos de Boçalnaro, empunhando armas em protestos e fazendo delas nosso escudo e resposta para tudo e todos. Sejamos superiores e protestemos juntos, em paz, no melhor estilo de Gandhi, de Cristo e de outros revolucionários pacificadores.

Uma flor por uma arma; uma flor para uma arma.

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22 de novembro de 2019

Por uma Terceira Via Política

A terceira via política está cada vez mais distante de nós e da realidade política no País.

De um lado, Bolsonaro com sua extrema direita, destruindo o Brasil; do outro, Lula com sua extrema esquerda, detonando o País da mesma forma. De extremismo em extremismo, vamos perdendo a sanidade, a estabilidade política e a normalidade do debate político.

Infelizmente, há sempre uma polarização que se impõe e dificulta o crescimento e amadurecimento do País. É dessa polarização que devemos urgentemente nos afastar, porque nenhum lado deste jogo abrirá a porta nova para as mudanças benéficas das quais a sociedade brasileira precisa.

Antes, tínhamos no embate a polarização PT x PSDB, inimigos ferrenhos. Hoje, com o tucanato na lona, lutando para não ser desintegrado ou unificado a outros partidos, temos Bolsonaro e o combalido PT, desgastado pela prepotência e arrogância de um líder que se acha o mais honesto do Brasil, mesmo tendo sido condenado em segunda instância por corrupção.

Chega! Queremos e merecemos uma terceira via decente, preocupada, de fato, com os rumos que o País está tomando; preocupada, verdadeiramente, com os percalços sociais; uma terceira via mais humana, sensata e correta no trato público.

Em 2014, esta terceira via, que ainda hoje não se impôs, havia tomado força e corpo com a candidatura do saudoso Eduardo Campos e Marina Silva, que sabemos muito bem no que deu, não é mesmo?

Na época, foi um sopro de esperança, um vislumbre de uma realidade diferente, que nascia ali com aquelas duas forças políticas juntas, unidas numa mesma chapa para derrotar a polarização (PT x PSDB) já desgastada. Mas aí veio o “acidente aéreo”, que ainda hoje está muito mal explicado e pouco digerível, e, na sequência, a avalanche de fake news contra Marina Silva, graças à união de forças negativas impetradas pela chapa de Dilma Rousseff e a de Aécio Neves.

Jogo sujo, jogo baixo, que esvaziou a candidatura de Marina à Presidência, que, na época, liderava as pesquisas. E assim, a tão sonhada terceira via minguou. E o PT reinou, de novo, para lamento e tragédia ao Brasil. A mesmice prevaleceu e um dos lados da polarização venceu por margem apertada de votos.

Em 2018, a verdadeira terceira via tentou se impor, mais uma vez, mas foi desidratada pelas demais chapas, que se sobressaíram devido às mentiras, manipulação, política rasteira, violência e deturpações da realidade. Assim, nasceu uma nova polarização, com um novo ator, destrambelhado, cuja fala de palanque não cessa, manchando a imagem do País.

A terceira via foi silenciada, porém, continua viva e resiste. Basta olharmos para sua verdadeira força, enaltecendo sua fibra moral e garra para lutar.

Nas próximas eleições, não nos enganemos com as falsas terceiras vias que querem, desde já, se impor nacionalmente, a exemplo do Governador de SP, João Dória (PSDB), que tenta ressuscitar o tucanato, e um tal neófito Luciano Huck, com a tal fachada do já antigo slogan “Não Sou Político”.

Terceira via, de verdade, terceira via raiz, vemos em Marina Silva: um nome, um projeto político a se considerar, que levanta a bandeira da sustentabilidade da Nação, com muito respeito e apreço ao ser humano. Lutemos por uma terceira via honrosa.

Acorda, Brasil!

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17 de novembro de 2019

Eleição não é BBB!

Sabe por que chegamos aonde chegamos, com um boçal na Presidência da República Federativa do Brasil? Porque nós, o povo, não sabemos escolher presidente; não sabemos o que é política; não sabemos a importância dos nossos representantes para nossas vidinhas; não sabemos diferenciar os Poderes da República e reconhecê-los; não sabemos o peso aliado da Imprensa; não sabemos ser grandes como Nação; não sabemos o quão virtuosa é a Democracia e o quão necessária ela o é para a vida em sociedade; e desconhecemos o poder que emana de nós, que detemos nas mãos, na ponta do dedo.

Nós engatinhamos e, ao mesmo tempo, marchamos de olhos vendados rumo ao precipício, sendo guiados por figuras mau-caráter, egoístas, mesquinhas, interesseiras, ávidas pelo Poder e que almejam que nós, o povo, permaneçamos às cegas pelo maior tempo possível, para que continuemos massa de manobra à mercê de seus mandos e desmandos.

É por isso que chegamos aonde chegamos! Porque permitimos; porque terceirizamos responsabilidades; porque nosso jeitinho acabará dando um jeitinho de nos afundar ainda mais; porque o fácil é o caminho mais viável para a solução dos problemas: “Fora, PT”.

Enquanto não tomarmos posse do Poder que é nosso por direito, enquanto aceitarmos passivamente que nós, o povo, devemos acatar e respeitar as ordens dos representantes populares que usurpam do Poder, continuaremos a cair no conto do vigário, acreditando nos salvadores da Pátria, nos messias, nos mitos, nos coronéis, nos pais autoritários do Brasil.

Sabe por que chegamos aonde chegamos, com um boçal na Presidência? Por brincarmos de votar; por encararmos o funcionamento da Democracia Brasileira, de pleito em pleito, como um enorme paredão do Big Brother Brasil; por enxergar nossos representantes como celebridades midiáticas e popstars; por tê-los como personalidades de cinema, TV, que estão distantes de nós, e que desempenham apenas um papel roteirizado, um script holywoodiano de quinta categoria, mas que fatura bilhões de bilheteria de quatro em quatro anos. Por isso!

Enquanto não tomarmos posse do Poder que é nosso por direito, enquanto continuarmos a votar pensando em quem queremos tirar do paredão, levando no vai-da-valsa os políticos e a política nacional, continuaremos a eleger boçais, palhaços, coronéis, ladrões e todo o tipo de sociopatas e pessoas que não levam a sério a Democracia, debocham dela, flertam com Ditaduras e Autoritarismo e não dão à mínima para os anseios da população.

 Mudemos nossa mentalidade e postura diante desse grande desafio que é votar diferente. Vote conscientemente! Tome o Poder! Seja o Poder! Somos nós, o povo, quem damos as ordens, e eles apenas devem seguir o que nós impusermos. Os patrões somos nós, e não o contrário. Participe da Democracia!

Vote, mas vote naquele ou naquela que apresente propostas sérias para a Nação; que possua um passado de obras reconhecidas e comprovadas pela sociedade;

Vote em quem está comprometido com a paz, com o amor, com a felicidade do povo e que transborde isso em seus discursos e postura. Lembra-se daquele ditado? Reconheça as boas árvores pelos frutos. Reconheça-as! Busque. Pesquise. Interesse-se pela política.

Vote, mas vote conscientemente e não como revanche, e não porque um é mais bonito do que o outro, e não porque um fala mais elegantemente do que o outro, e não porque um é mais rico do que o outro, e não porque ganharei algo em troca, e não porque todos são iguais, e não porque um transmite mais segurança na fala do que o outro, mas sim porque é um ser humano empático, que se coloca no lugar do outro e sabe ser grande ao representar a totalidade, a beleza e a diversidade do nosso País, escutando seu povo, respeitando suas particularidades e sabendo ouvi-lo.


Não estamos num BBB. Eles não estão no paredão. Isso é, de fato, a realidade, mundo real, e, como tal, precisamos saber votar de verdade nesses líderes, sem o vício dos reality shows da TV. 

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