21 de dezembro de 2014

Criancinhas do meu Brasil, cresçam!

Um ano e dez meses depois, cá estou eu a publicar uma nova postagem. Muito tempo hibernando, não? Peço desculpas aos poucos leitores que acompanhavam o Seu Anônimo no período “aquecido” de 2010, 2011 e um pouquinho de 2012, mas é que a política, ultimamente – ou sempre? –, me tem deixado de péssimo humor. É um misto de revolta, decepção, raiva e desânimo que me engessaram e paralisaram, fazendo com que houvesse um bloqueio do meu grito de protesto. Tentarei, a partir de hoje, estar mais presente por aqui.

E para recomeçar, voltemos a 2013...

Antes do famigerado bordão “O Gigante Acordou” ecoar pelo Brasil, já vínhamos percebendo diversos grupos de jovens “pró-política-decente” se organizar, cobrando respeito, fichas limpas e o fim da roubalheira em nosso país, com pequenas manifestações aqui e outras acolá. Até que, enfim, chegou o “Dia D”, mais precisamente 13 de junho de 2013, uma data marcante para a política nacional, que relembrou o movimento dos “Caras Pintadas”. A classe política estremeceu! Após anos e anos em silêncio, o anestesiado povo brasileiro recuperou-se e foi para as ruas protestar.

Belíssimas imagens de jovens com as cores do Brasil, levantando cartazes que exigiam nova postura dos governantes foram vistas pelas principais ruas e avenidas de grandes cidades; pessoas de várias classes, cores e religiões gritavam palavras de ordem, marchando rumo a MUDANÇAS, impedindo o aumento da tarifa do transporte público, que subiria de R$ 3,00 para R$ 3,20, e, também, pedindo o cancelamento da Copa do Mundo de Futebol.

“Copa, o caralho! Educação, saúde e trabalho!”, gritavam os estudantes na avenida Radial Leste, em São Paulo. Em Brasília, a invasão ao Palácio do Planalto: uma das cenas mais surpreendentes e emocionantes já vistas. Acho que vale repeteco, galera! De fato, a classe política tremeu na base. A presidente Dilma Rousseff precisou entrar em cadeia nacional para tentar costurar um acordo e apaziguar os ânimos. Sua popularidade despencou, e o sonho da reeleição começava a ir por água abaixo.

Pois bem, as manifestações, toda a grita, os protestos, a pressão da massa e todo o caos gerado em busca por MUDANÇAS foram úteis momentaneamente e resultaram em apenas um benefício à população: o congelamento das passagens de ônibus e Metrô. 

O acordo presidencial minguou. Dele, só o tal “Mais Médicos” vingou, mas trouxe consigo a ineficiência estampada por mais médicos (cubanos) e menos saúde aos brasileiros.
E os resultados eficazes, com sustância, de toda a luta de junho e julho de 2013, dos quais exigíamos nas ruas, não apareceram, porque a Copa-Circo chegou e os brasileiros vibraram, mesmo com o medíocre futebol jogado. Vaiaram a presidente na abertura? Sim! Mas de forma deselegante e desinteressada, sem conteúdo... E assim, mais uma página política foi virada e o povo se esqueceu – ou não quis se importar – com o rumo tomado pelo País.

Dilma recuperou sua popularidade, a oposição acordou tardiamente, e a eleição deste ano, o senhor leitor já sabe no que deu: presidente, governadores, fichas sujas e palhaços reeleitos, mesmo com economia ridicularizada, investidores indo embora do País; escândalos e mais escândalos nas estatais, a começar pela Petrobras; deslizes na condução das políticas públicas, como o descontrole da inflação, entre outras vergonhas que continuarão a ser realidades nos próximos quatro anos, graças a você, eleitor, que perdeu a oportunidade, mais uma vez, de por um fim no continuísmo.

Ou seja, que mudança é essa que o brasileiro tanto exigiu nas ruas, se tudo permaneceu e nada, nada efetivamente mudou? Não consigo entender qual é a do brasileiro. Tudo o que ocorreu em 2013 foi uma grande encenação, brincadeirinha de criança mimada?

Criancinhas do meu Brasil, cresçam! Vamos protestar, manifestar e agir com profundidade, fundamentos e posturas inovadoras. MUDAR, mudar sempre – mesmo que o outro não seja assim tão bom quanto merecemos – é o segredo para oxigenar e manter uma democracia sadia.

Sonho com o dia em que a música de Renato Russo, composta em 1987, “Que País é este?”, deixe de ser tão atual, desnudando a realidade brasileira.

2018 já começou! 



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6 de fevereiro de 2013

A gente se acostuma; a gente permite!


Renan Calheiros voltou!

Alguma surpresa? Nenhuma, caro leitor. Ne-nhu-ma. A surpresa seria se ele não fosse (re)eleito para assumir o cargo de presidente do Senado. Mas acredito que o excelentíssimo esteja no lugar certo de destaque, afinal, dentre tantos tortos, Calheiros é o que mais envergado está. Ou seja, elegeram aquele que melhor representa a maioria da Casa. Diante dos "aprendizes" , há sempre um mestre, e é ele quem melhor personifica o estado lamentável de uma das mais respeitadas casas do poder público nacional.

É difícil engolir um resultado vexatório como esse, diante de conquistas valiosas como a Lei da Ficha Limpa;

É difícil ser obrigado a aceitar o inaceitável;

É difícil olhar para representantes que não falam a mesma língua dos representados.


Há uma nítida distorção daquilo que realmente está em representação.

Sinto asco ao ver e/ou ouvir o sarcasmo, o cinismo, a lambança com o dinheiro público, o desrespeito, o desinteresse, a cara de pau e os frequentes "dane-se" vindos dos oportunistas do Senado e da Câmara dos Deputados. E aí me vêm as seguintes indagações:

Por que tentar fazer política é tão difícil?

Por que os políticos caem, frequentemente, em tentação, sacrificando a população brasileira que já há muito tempo é escravizada e está anestesiada e calejada de tanto levar bordoada, como essa desgostosa notícia de um Renan Calheiros na presidência do Senado?

Antigamente, "aceitávamos" o cale-se por imposição, às custas de paus e pedras ateados por militares. Hoje, aceitamos o cale-se por comodismo, pela escravidão que não nos permite pensar adequadamente, por causa da raiva em estar de mãos atadas frente a um tal Calheiros (acusado de peculato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos) e tantos outros que envergonham o Estado.

Antes, o nosso grito surtia o efeito esperado; aguentávamos chumbo grosso, mas atingimos o nosso objetivo. Atualmente, a nossa opinião é inaudível e os nossos votos, um fracasso.


QUER O IMPEACHMENT DO RENAN? 
Então, assine a petição on-line do Avaaz! Clique aqui e ajude a limpar um pouquinho o Senado Federal.

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16 de janeiro de 2013

Saiba que...




Alguns candidatos andam oferecendo presentes bem estranhos para estimular eleitores a votar. 


1) Minigarrafas de uísque e uma carona grátis para a sessão eleitoral em Albuquerque, Estados Unidos;

2)Pacotes de maconha para fins medicinais em Los Angeles;

3) Saquinhos de cocaína anexados a panfletos em Itacoatiara, Amazonas.

Vício eleitoral!

Fonte: Revista Mundo Estranho, janeiro de 2013 - edição 134 - página 74.

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25 de dezembro de 2012

Mensagem natalina da futura presidente

A nossa futura presidente, Marina Silva, que obteve quase 20 milhões de votos no primeiro turno das eleições de 2010, e que será candidata, mais uma vez, em 2014, escreveu o artigo abaixo no portal da Folha de S. Paulo, dia 21 de dezembro. 

Após a leitura, responda: há como não votar em Marina Silva?

Feliz Natal e um excelente 2013!

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"A criança entre nós"

Meu Natal mais triste foi há 24 anos. Estava muito doente, buscando tratamento em São Paulo, sentindo-me além dos limites da fraqueza, e, quando o telefone tocou, pressenti que a notícia era do assassinato de meu amigo Chico Mendes. Só mesmo a fé na vida faz com que a gente siga adiante e supere os dias difíceis. Desde o meio das matas até a periferia das cidades, vejo os brasileiros enfrentando intempéries seguros só na imensa capacidade que têm de acreditar. 

Nesta semana, revi Xapuri, num encontro com jovens ao qual também vieram velhos companheiros, sobreviventes de antigas batalhas. Fizemos um diálogo intergeracional, os jovens falando com música e teatro, nós, com nossas histórias. Quando o coral cantou "Noite Feliz", imaginei que tínhamos, agora, o bom Natal que nos foi negado há 24 anos. 

Essas comemorações cíclicas se dão em torno de um princípio cujo benefício se estende no tempo, uma fonte à qual precisamos sempre voltar para renovar as forças e não perder o sentido. O Natal é fonte de um sentido que às vezes julgamos perdido, quando a morte dos inocentes nos horroriza e nos empurra para a tristeza. Por isso, seu simbolismo é ainda mais necessário. 

Também os novos eventos (alguns já se tornam cíclicos) que fazem nascer e renascer o sonho da sustentabilidade buscam impregnar sentido à vida em uma civilização à beira da morte. Hoje, fala-se outra vez no fim do mundo e as catástrofes são cada vez mais frequentes. Há quem diga que a crise global não será superada e resultará no colapso dos novos impérios. Em tempos assim, a esperança é uma semente que se carrega com cuidado para que não se perca. 

Que se percam impérios, mas a humanidade renasça. Que se finde o mundo e outro comece. Que apague o fogo do consumo ansioso e acenda a luz de uma simplicidade consciente. A Rio+20 deixou claro que as grandes reuniões marcam, hoje, o fracasso institucional e a ascensão da sociedade civil e seus novos movimentos. Já não temos que ficar lamentando as crises, podemos projetar e engendrar novos experimentos civilizatórios. 

Que a sucessividade da vida, vencendo a constância da morte, nos traga no Natal uma fé poderosa que nos faça superar todos os "fins", retrocessos, desmontes, desconstruções, decadências e corrupções, para nos conectar ao princípio gerador de um futuro significativo e sustentável, pois, como diz Hanna Arendt, "os homens, embora devam morrer, não nasceram para morrer, mas para recomeçar". 

E diz ainda: "Essa fé e essa esperança no mundo talvez nunca tenham sido expressas de modo tão sucinto e glorioso como nas breves palavras com as quais os Evangelhos anunciaram a 'boa-nova': 'Nasceu uma criança entre nós'".

Marina Silva

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