A ponta do enorme iceberg
Ouvi, no mês passado, o depoimento abaixo de um empresário, que estava em uma conversa informal com dois outros colegas. Leia-o e depois responda: há como não concordar com o ponto de vista exposto?
"Tudo o que está acontecendo ao nosso redor, sobretudo na política, pesará muito mais nos próximos dois, três anos. O comprometimento desse pessoal com a corrupção está tão forte, que já começou a refletir na Economia. E aí, quando entram pessoas sérias, com perfil técnico na área econômica, com propósitos e objetivos claros para organizar a casa, precisam reajustar tudo: energia, transporte, gasolina etc...
Então, meus amigos, a perspectiva para a população não é boa, principalmente para os mais pobres, dependentes dos programas sociais do governo federal que reelegeram Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores para mais quatro prejudiciais anos.
Há, também, outra problemática, com relação ao mercado de trabalho. Eu vejo muito êxodo de bons profissionais no País. Se não estão saindo agora, para o exterior, já estão se preparando para isso, porque o Brasil não tem privilegiado e investido em sua própria mão de obra e qualificação profissional dos seus trabalhadores.
Além disso, o empresário hoje, para investir no País, tem pensado duas, três vezes. A população, passado o período eleitoral, começa a reavaliar suas escolhas políticas e está chegando à conclusão de que o PT é igual ou até pior do que os demais partidos. Uma das razões é o baixo retorno que temos dos impostos pagos.
Em Londres, se você tiver qualquer problema de saúde, como uma dor de ouvido, pode ligar para uma distrital [posto médico], dizer os sintomas e já receber, por telefone, os procedimentos que deve seguir no tratamento. O médico orienta: “Tome o remedinho tal e, se em três horas não melhorar, venha até o posto para ser examinado”. Você acha que isso daria certo no Brasil? Jamais! Sabe por quê? Porque não há planejamento e vontade política. É desanimador!
Em bate-papo com amigos, todos dizem que se forem a fundo na Operação Lava Jato, conseguirão estourar algum processo político sobre a presidente, ainda no primeiro semestre deste ano. Acho difícil, porque o Mensalão ficou por isso mesmo e o Lula saiu mais forte desse escândalo abominável. O Petrolão também deixará a Dilma fora de problemas. É Brasil, meus caros!
E tem outra: o problema maior não é a Lava Jato, está no BNDES. Na hora em que estourar o BNDES, meus amigos, não sei se terá alguém para apagar a luz.
Estou muito preocupado!"
Se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende se candidatar à Presidência, em 2018, é recomendável intensificar sua estratégia de marketing para se desvincular da imagem da presidente Dilma Rousseff. A situação política e econômica do País está ficando incômoda para o PT e ao governo, reflexo da incompetência administrativa que sempre foi a marca de quaisquer gestões petistas, uma vez que responsabilidade e respeito para com o erário nunca foram pautas palatáveis aos vermelhos.
Algumas dicas de estratégias que podem funcionar para o projeto 2018:
:: Dilma e Lula em silêncio total, optando pelo ostracismo;
:: Depoimento zero à imprensa acerca de quaisquer assuntos delicados, como o Mensalão, o Petrolão, o Pibinho etc.;
:: Rompimento fictício de Lula com Dilma. Ou seja, martelar por aí que o ex-presidente discorda de todas as manobras de sua própria criatura;
:: Culpar apenas o PT;
:: A saída de Dilma e Lula do Partido dos Trabalhadores, no melhor exemplo do ex-presidente Itamar Franco.
O "Zeus-Lula" jamais poderá cair do Monte Olimpo; em hipótese alguma ele deverá ser considerado um mero mortal, passível de erros crassos no meio político. Que façam o diabo para proteger a imagem da vossa majestade...
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