Quanto mais o
coleguismo imperar, mais fácil será barganhar um cargo, uma promoção no trabalho, um aumento salarial, um voto de confiança, maior atenção e mais tempo ao defender meus propósitos, mais credibilidade e muitas outras benesses.
Tudo isso será abocanhado, sem ao menos se ter, comprovadamente, capacidade e competência para assumir e aproveitar tais benefícios.
Injusto, não acha? Bom, muitos acreditam que não há injustiça quando se têm amicíssimos que nos ajudam a esconder nossa
incompetência, despreparo e desmerecimento na concessão de algo que sabemos não nos pertencer e, sim, a outros com
mais experiência e merecedores, de fato.
Por aqui, há muito oba-oba, pouca seriedade e
raríssima meritocracia. Quem faz menos ou quase nada - ou nada -, leva mais e, quem faz mais, não leva nada e ainda é ignorado, esquecido pela massa.
No
país do carnaval, da piada censurada e do voto de cabresto impulsionado pelo marketing político, quem é sério não é levado a sério e, aquele que está visivelmente mais preparado é o que menos importa. Afinal, é o Q.I. (Quem Indica) que define e decide a jogada.
Isso tudo não é exclusividade das eleições, acontece em várias esferas das sociedade. Na escola, no trabalho e, até mesmo, na igreja.
Pasmem!Só para ilustrar, lembro-me da época do colégio, quando ocorriam eleições para o grêmio estudantil. A chapa mais completa, organizada, boa de discurso, com integrantes de postura invejável, com propostas críveis e possíveis de serem realizadas e que tinha apoio do professorado e tudo o mais,
não ganhava o pleito. Quem conseguia tal façanha? A chapa com maior número de colegas que, em sua grande maioria, não sabia nem o que era um grêmio.
Outro exemplo, o qual já citei e pode ser levado à esfera profissional:
o Q.I. Há "profissionais" que tomam a vaga de outros - mais capacitados - pelo simples fato de serem conhecidos do gerente. É contratado, mas o Q.I. acaba interferindo qualitativamente nos resultados da empresa, por não dar conta da demanda de serviço. Ao invés da empresa andar pra frente, tende a andar pra trás, ou pra frente, muito vagarosamente.
Enquanto o lema
"amigos, amigos e dos negócios fazem parte!" for a nossa realidade, dificilmente desenvolveremo-nos à passos largos.