16 de julho de 2010

Não me acostumo aos POLÍTICOS CORRUPTOS. Deveria?

Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz.
E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíches porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra.E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos.
E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz.
E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração.

A gente se acostuma
a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga.
E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios.
A ligar a televisão e assistir a comerciais.
A ir ao cinema, a engolir publicidade.A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição.
À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável.
À contaminação da água do mar. À luta.
À lenta morte dos rios.
E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.
Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.


Texto de Marina Colasanti

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14 de julho de 2010


P E R I G O IMINENTE !

"ÉTICA NA POLÍTICA É COISA RARA, qualquer que seja o partido. É surpreendente, no entanto, que o partido que nasceu empunhando a ética como bandeira tenha se tornado a expressão da antiética.

Posso estar enganado, mas, se bem percebo [Lula], com a sua esperteza sindicalista, induz os que atuam sob seu comando a por de lado todo e qualquer escrúpulo: manipulam informação, falseiam a verdade dos fatos, forjam dossiês com falsas acusações, acusam vítimas de os estarem caluniando. Esses são alguns dos procedimentos comuns ao governo do atual presidente."

Ferreira Gullar

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6 de julho de 2010

O 'blablabla vuvuzelero' começa hoje!

Demorou, poderia ter demorado mais, mas chegou aquele dia tão esperado: a campanha eleitoral.

Tão esperado pelos candidatos, claro! Se dependesse de nós, eleitores, esse dia tardaria a chegar, haja vista o baixo nível que impera em todas as campanhas. Propostas e projetos que é bom, nada.

Hoje, dia 06 de julho, começa oficial e legalmente o blablabla vuvuzelero dos nossos a(r)mados candidatos.

O "vote em mim" poderá ser dito alto e em bom tom nos quatro cantos do país, sem aquele medo de represálias jurídicas, como a aplicação das famosas multas pelos Tribunais Eleitorais espalhados pelo Brasil afora.

Ah! As multas... há instrumento mais desnecessário e ineficaz nessa nossa Terra Tupiniquim? Digo isso ao me lembrar de um certo presidente - certo? - que já levou 06 MULTAS e não está nem aí para com sua postura diante do seu povo que o idolatra.

Mas hoje é chegado o momento de extravasar:

"Sou candidato, o melhor dentre todos. Estou confiante na vitória e lhe peço um voto de confiança! Eu lhe darei mundos e fundos..."

Prepare-se!
A partir de hoje você acompanha a guerra disse-me-disse, a novela fez-não-fez, a comédia jingles-e-jingles e o circo dos debates.

A campanha presidencial deste ano promete ser a mais apimentada da história. E já começamos bem:

José Serra, candidato do PSDB à presidência da República chamou a candidata do PT, Dilma Rousseff, de "ventríloquo de marqueteiro". [Por que será, hein!?]. Alguns apelidos carinhosos, como esse direcionado à petista, chegam a identificar um pouco o perfil de cada postulante ao Planalto. Alguém arrisca um ao tucano?

Como você pode perceber, o blablabla já começou oficialmente.

Emocionante, não é?

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1 de julho de 2010

AVISO !


O Seu Anônimo está SOB CENSURA por tempo indeterminado!


Esperamos retornar às postagens habituais, o mais breve possível.
Agradeço pela sua visita e compreensão.

EU VOLTAREI!

Forte abraço,

Fernando Piovezam
. aquele que escreve sem assinar !

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